Membro da Associação de Cirurgiões de Pé do Brasil (ABTPE) e da The American Orthopaedic Foot & Ankle Society (Aofas), Rodrigo Astolfi defende a utilização de tomografias para cirurgias mais assertivas, baseadas em “cirurgia navegada”
O ortopedista e traumatologista Rodrigo Astolfi participa entre os próximos dias 28 e 30 de março do XXII Congresso Sul-Americano do Pé e Tornozelo, realizado pela Sociedade Argentina de Medicina e Cirurgia de Pé e de Perna (Samecipp), em Buenos Aires, na Argentina. Especialista em cirurgia do pé e tornozelo e membro da Associação de Cirurgiões de Pé do Brasil (ABTPE) e da The American Orthopaedic Foot & Ankle Society (Aofas), o médico apresentará durante o evento estudo acadêmico autoral em fase de desenvolvimento sobre a criação de novas próteses, ou placas ortopédicas, utilizadas em procedimentos cirúrgicos.
“Estou levando para a Argentina uma discussão técnica da prospecção de estudos de tomografias para que a comunidade médica do segmento possa, a partir deles, fazer com que todas as cirurgias ortopédicas sejam mais precisas. Quero engajar outros grupos internacionais, especialmente um do Chile com quem já tenho bom contato, e abrir caminhos para mais financiamento. Acredito que estamos iniciando uma cirurgia do futuro. No mundo, existem poucas pesquisas nessa área, só nos Estados Unidos e na Alemanha, ambas ligadas à indústria de placas ortopédicas.
O estudo de Astolfi tem como um dos pontos de partida o raciocínio de que, apesar da explosão tecnológica ocorrida na última década, cirurgias de pé e tornozelo ainda ocorrem de maneira predominantemente analógica. “Hoje em dia, boa parte das cirurgias do pé depende da habilidade do cirurgião. No futuro, essas cirurgias acontecerão com guias, posicionadores, baseadas no conceito de cirurgia navegada, com a análise de ossos reconstruídos no computador por meio de tomografias, que nos permite estudar o local com mais precisão e clareza anatômica.”
Vinculado ao Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Ceará (UFC), o médico argumenta que a pesquisa servirá de base para o aprimoramento das técnicas cirúrgicas da área, dependentes do fator humano, o que potencializa o aumento do índice de erros. “Saindo do campo da anatomia realizada aos moldes atuais, em cadáveres, a utilização de tomografias torna o preparatório cirúrgico, desde o consultório, mais assertivo. Basicamente, as pesquisas aqui do Ceará na área de ortopedia são muito voltadas à pesquisa experimental, e a grande crítica é a baixa aplicabilidade. Com novos métodos, a reconstrução do osso, por exemplo, acontecerá de maneira tridimensional, por um software.”