Por Henrique Zaina Zimmermann
Neste mês, o economista Richard H. Thaler foi laureado com o Nobel de Economia 2017. Seu estudo de economia comportamental é focado em psicologia da tomada de decisões. No dia a dia do mercado financeiro, nos deparamos com diversos tipos de indagações de clientes, como: “invisto somente em imóveis, pois é o ativo mais seguro e lucrativo”; “quero ganhar 1,00% ao mês, mas não quero correr riscos”; “preciso de liquidez em 100% dos meus ativos, pois posso precisar dos recursos a qualquer momento”, etc. Esses objetivos financeiros e convicções de investimentos, não são reais, mas muitas vezes são criados pela sociedade ou por suas experiências passadas.
Decisões financeiras equivocadas podem atrapalhar de maneira definitiva a construção patrimonial. O excesso de liquidez em uma carteira de investimentos pode destruir sua rentabilidade de longo prazo, 1,00% ao mês equivale a 12,70% ao ano (não é possível obter esse retorno sem risco no nosso cenário atual de SELIC a 8,25% ao ano) e o investimento imobiliário faz parte da categoria de renda variável, portanto possui risco e real possibilidade de perda financeira.
Quem atua distribuindo produtos financeiros sabe que, na prática, os valores e crenças que permeiam na sociedade influenciam diretamente na tomada de decisão do investidor. Mas algumas teorias econômicas tentam criar premissas constantes, assumindo que uma pessoa racional tomaria determinada decisão financeira.
As pessoas não possuem toda essa racionalidade e isso pode ser evidenciado em simples escolhas financeiras do dia a dia. Thaler demonstra, por exemplo, que uma promoção é capaz de alterar nossa capacidade de tomar decisões financeiras racionais.
O planejamento da aposentadoria também pode ser explicado pela teoria comportamental, pois temos dificuldade de abrir mão de consumir hoje para obter um benefício maior no futuro. A vontade de realizar (viajar, consumir, celebrar) no curto prazo, nos boicota e impede de atingir objetivos de longo prazo. Atualmente, a falta de planejamento para aposentadoria atinge mais de 95% dos brasileiros.
O mercado financeiro vive há algum tempo uma onda de automatização de processos, mas cada vez fica mais claro que para maximizar metas financeiras, nada substitui uma conversa empática com um profissional especializado em entender os produtos mais adequados para a obtenção de cada objetivo financeiro.
Henrique Zaina Zimmermann é sócio fundador da StartAAi Investimentos. Administrador, especialista em Controladoria (UFPR), pós-graduado em Mercado de Capitais (FAE Business School), cursando MBA em Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Professor do Instituto de Formação Bancária e da ACM Educação.
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- postado por Oswaldo Scaliotti