Dentre as expectativas da Gestão, após a implantação do projeto, está a redução das despesas com energia em cerca de 25%
O prefeito Roberto Cláudio lançou, durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (06/12), o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para a escolha da empresa que irá realizar um estudo de viabilidade para a implantação de projeto de eficientização, gestão, operacionalização e manutenção energética nos equipamentos geridos pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A iniciativa faz parte do Programa Fortaleza Competitiva e visa aproveitar o avanço tecnológico e normativo do setor elétrico, com a implantação de projetos que permitam a redução de custos com energia e maior sustentabilidade ambiental.
O investimento dos parceiros com a implantação da geração distribuída será na ordem de R$ 50 milhões. Dentre as expectativas da Gestão após a implantação do projeto, está a redução das emissões de CO₂ em aproximadamente 10% e do custo com energia em cerca de 25%. Para Roberto Cláudio, esse tipo de gestão possui dois benefícios práticos: a diminuição de custos com eletricidade dos equipamentos de saúde e o desenvolvimento e estímulo para a geração de energias a partir de fontes renováveis e alternativas, majoritariamente solar e eólica.
“O mundo inteiro tem colocado os olhos em cima dessa questão. Cada vez mais é uma preocupação de reduzir a dependência de combustíveis fósseis por razões naturais, econômicas e ambientais, e graças a um conjunto de investimentos, principalmente acadêmico e em tecnologia, esse tipo de geração tem ficado cada vez mais eficiente”, pontuou o Prefeito.
Segundo dados de 2018 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); chega na ordem dos R$ 62,2 bilhões a dívida da União com as distribuidoras de energia, a ser paga com incrementos na tarifa até 2024. Por sua vez, a tarifa para a classe de consumo do poder público em Fortaleza (Classe B3) aumentou progressivamente de 0,44 R$/kWh em 2013 para 0,74 R$/kWh em 2017. Somente a Secretaria Municipal de Saúde possui um custo anual com energia de aproximadamente R$ 14,4 milhões, considerando as 186 unidades consumidoras entre hospitais, postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs); um consumo anual de cerca de 19 GWh.
Para o coordenador de Parcerias Público-Privadas e Concessões de Fortaleza (PPPFor), Rodrigo Nogueira, os aumentos das tarifas ressaltam a importância da implantação de medidas de eficiência energética para reduzir custos e melhorar o desempenho das unidades no aspecto de sustentabilidade ambiental. “É provável que a tarifa continue subindo acima do valor da inflação. Esse programa, além de reduzir a conta nesse momento, também nos garante que, se a tarifa aumentar, a nossa não será alterada. Nossa economia seja bem superior a esses 25%”, ressaltou.
Dentre os exemplos de políticas de conscientização e eficiência citados durante a ocasião para a área da saúde, foram citados a possível economia de 50% a 80% do consumo de uma lâmpada de LED comparada a uma convencional; além da redução do uso de energia de 15% a 30% por meio da da implantação de equipamentos modernos, se comparados aos mais antigos.
Prazos
O lançamento desta PMI é o segundo realizado pela Prefeitura de Fortaleza, sendo o primeiro voltado para a gestão energética no setor da educação. As empresas têm, a partir do dia 05/12, 20 dias para se apresentarem; e contam mais 120 dias após a autorização como prazo para a entrega do projeto. No total, serão três empresas autorizadas, com um valor de estudo de R$ 1.977.585,94 a ser pago pelo vencedor do edital. O contrato de parceria seguirá pelos próximos 20 anos.
Outros estudos neste mesmo arranjo público-privado estão sendo desenvolvidos pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da PPPFor, tais como a expansão da banda larga, WiFor, PMI da Roda Gigante, PMI da reforma e manutenção das escolas, PPP da energia limpa nas escolas e creches municipais, além da modernização e ampliação dos terminais de ônibus da Capital.
Fortaleza Competitiva
O Programa Fortaleza Competitiva é uma iniciativa que engloba um pacote de medidas de estímulo à criação de um cenário qualificado para novos negócios, na Capital, viabilizando mecanismos para o surgimento e crescimento de empresas em áreas estratégicas do Município, gerando emprego, renda e desenvolvimento.