Fatores internos e externos têm contribuído para frustrar a expectativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com destaque para a Reforma da Previdência e a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China. A avaliação é do sócio-diretor da V8 Capital, Filipe Albuquerque, ao comentar a 6ª redução consecutiva para a projeção de crescimento do PIB brasileiro neste ano, conforme divulgou, nesta segunda-feira (8), o Banco Central (BC). A estimativa para a expansão do PIB em 2019 caiu de 1,98% para 1,97%.
“Após a forte retração ocorrida entre 2014 e 2016, os economistas têm se frustrado com os resultados de crescimento do PIB. Eles começam o ano com previsões de crescimento entre 2% e 3% e, ao longo dos meses, esse número vai caindo, chegando a patamares próximos a 1%. No entanto, o Brasil tem um potencial de crescimento muito grande. É como se fosse uma mola que foi bastante comprimida. Porém, o crescimento não veio ainda devido a todo o ambiente de incertezas no qual estamos inseridos. Houve o impeachment da Dilma, a frustração da aprovação da Reforma da Previdência do Temer, com o evento JBS e, depois, eleições bastante acirradas, tendo como vitorioso um governo que apresenta uma nova forma de governar. Agora, novamente, estamos vivendo o desenrolar de uma Nova Previdência, com o Poder Executivo batendo de frente com o Legislativo”, avalia Filipe Albuquerque.
O sócio-diretor da V8 Capital também destaca que, hoje, há um ambiente externo mais desafiador, no qual uma “Guerra comercial” entre Estados Unidos e China tem causado impactos em várias economias do planeta. “Os empresários e investidores, tanto locais quanto estrangeiros, precisam de um ambiente político e econômico mais claro para poder fazer investimentos. Precisam saber que esse novo governo não é fogo de palha”, afirma.
Diante desses desafios, Filipe Albuquerque avalia que somente a aprovação de reformas, sobretudo a da Previdência, possibilitará que o governo tenha condições de apresentar uma agenda positiva que estimule a economia e atraia mais investimentos para o Brasil. “Aí sim, veremos o Brasil crescer com todo o seu potencial”, finaliza.