O professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), José Eli da Veiga, falou a jornalistas e autoridades cearenses sobre desenvolvimento sustentável, neste sábado (08/12), na Praia do Requenguela, em Icapuí, a 200 km de Fortaleza.
O evento foi promovido pela Fundação Brasil Cidadão, mantenedora do Projeto “De Olho na Água”, que conta com o patrocínio da Petrobras e existe há mais de dez anos na região. Ao ser questionado sobre a mudança climática como fator determinante para o desenvolvimento sustentável do país, Eli da Veiga disse que durante um fórum de mudanças climáticas no Rio de Janeiro foi lançado um importante documento a respeito dessa questão, mas ele acredita que, embora já devesse estar atenta a isso, a sociedade passará a observar com maior profundidade essa pauta quando começar-se intensificarem os eventos extremos.
“Os primeiros relatórios sobre as mudanças do clima diziam que as primeiras coisas que íamos sentir era a intensificação dos eventos extremos, como enchente, tsunami, entre outros. Hoje, já vivenciamos isso. Mas não deixa de ser uma coisa que vamos sentindo aos poucos, como é o caso do avanço do nível do mar, que é lento. Eu tenho a impressão de que as medidas mais sérias em relação ao clima só serão tomadas quando alguns desses eventos extremos forem suficientemente sentidos”, disse.
José Eli da Veiga é autor de 25 livros, entre os quais “Para entender o desenvolvimento sustentável”, e colunista do jornal Valor Econômico, da Revista 22, e da Rádio USP.
Entre outros assuntos, o grupo debateu também sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), iniciativas que compõem a Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU). Ao todo, são 17 ODS. Eles representam uma Agenda universal de forma integrada e indivisível, e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental. Os objetivos e metas estimularão ações para os próximos 15 anos em áreas de importância crucial: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parceria.
Projeto De Olho na Água
O Projeto “De Olho na Água”, que tem à frente a Fundação Brasil Cidadão, tem o patrocínio da Petrobras, está em sua quarta etapa e existe há mais de dez anos na busca em promover a recuperação de manguezais no município de Icapuí por meio de ações que fomentem a educação ambiental e a conservação do meio ambiente com atuação direta das comunidades locais.
Constituída em 1996, a Fundação Brasil Cidadão já recebeu diversas premiações pelas ações sociais que desenvolve, entre as quais foi finalista do Prêmio da Fundação Banco do Brasil em Tecnologias Sociais com o Projeto “De Olho na Água”, em 2017, além do prêmio Muriqui, da RBMA – Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, pela contribuição para a conservação da natureza.