A pesquisa Sondagem Industrial referente ao mês de janeiro, realizada pelo Núcleo de Economia e Estratégia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela otimismo, no entanto, a indústria prossegue em processo de ajuste de produção, fato que ocorre nos primeiros meses do ano, justificando a queda esperada nos indicadores de Produção Industrial e de Utilização da Capacidade Instalada. Em 2018, esse recuo se deu de maneira menos intensa, evidenciando a tendência de recuperação do setor industrial. Como previsto, observou-se queda da produção industrial do Ceará; por outro lado, os estoques abaixo do planejado reforçam a análise de recuperação das vendas de produtos industriais.
No que se refere à Utilização da Capacidade Instalada, o índice de 44,6 pontos sinaliza operação da indústria cearense abaixo do usual para o mês. Porém, este é o maior valor registrado para janeiro desde 2014. O processo de ajuste também foi verificado no mercado de trabalho do setor industrial, ou seja, redução do número de empregados.
Já as expectativas são otimistas quanto à demanda, à quantidade exportada e à compra de matérias-primas para os próximos seis meses. Tais indicadores de perspectivas situaram-se acima do limiar divisório dos 50 pontos, com destaque para o de exportações, que alcançou o maior valor da série histórica (iniciada em 2010). Em contraste com a tendência observada no Brasil, houve perspectiva de redução no quadro de empregados na indústria cearense ao longo do semestre. No que concerne à intenção de investimento, o registro de 57,1 pontos em fevereiro foi o maior valor observado desde novembro de 2014. Porém, apesar dos sucessivos acréscimos no indicador nos últimos meses, fazem-se necessários maiores estímulos à realização de investimentos na esfera produtiva a fim de garantir sustentabilidade no crescimento econômico cearense.
– Evolução da produção
Como esperado para o mês de janeiro, observa-se queda na produção industrial cearense. O recuo é decorrente do processo de ajuste da indústria após o fim do ápice de produção que ocorre no final do ano. Porém, apesar do decréscimo, o valor assinalado é o maior para o período desde 2016. Já o indicador brasileiro assinalou pontuação próxima, 48,4 pontos.
– Utilização da capacidade instalada (UCI) efetiva em relação ao usual
O indicador de Utilização da Capacidade Instalada (efetiva/usual) das indústrias cearenses registrou 44,6 pontos, situando-se aquém do limiar divisório. Assim, o índice sinaliza que a indústria cearense está operando a um patamar abaixo do usual para o mês de janeiro. O aumento da ociosidade também foi observado no setor industrial nacional, mas de modo mais elevado: índice de 42,5 pontos. Analisados os últimos 24 meses, nota-se a tendência de que os níveis de uso das máquinas retornem ao usual nos próximos meses.
– Estoque de produtos finais em relação ao efetivo/planejado
Ao registrar 47 pontos, o indicador do Ceará decresceu em janeiro comparado ao mês passado, indicando que os estoques se posicionaram abaixo do planejado para este mês, ou seja, houve comercialização de produtos industriais acima do esperado. A redução é positiva, pois exigirá elevação da produção para recomposição dos estoques.
– Evolução do número de empregados
No que se refere ao mercado de trabalho do setor industrial, os indicadores do Ceará e do Brasil anotaram valores de 46,8 e 48,6 pontos, respectivamente, sinalizando um cenário de ajuste de quadros no mês de janeiro, resultado esperado para a indústria e com redução menos intensa quando comparada à janeiro de 2017 e de 2016.
– Demanda
As expectativas referentes à demanda são positivas para os próximos seis meses. O indicador do Ceará atingiu 58,3 pontos, ou seja, o nível de otimismo dos industriais cearenses em fevereiro permanece alto, mas em menor intensidade quando comparado ao mês anterior. O índice do Brasil também revela boas perspectivas: registro de 57,4 pontos.
– Número de empregados
Enquanto que a expectativa do empresariado nacional é de aumento das contratações do número de empregados na indústria (índice de 51,2 pontos), a perspectiva dos industriais cearenses não é tão confiante, dado o registro de 48,5 pontos.
– Quantidade exportada
A perspectiva da indústria do Ceará referente à quantidade exportada é bastante positiva: o indicador assinalou 63,6 pontos em fevereiro. Este é o maior valor observado na sé- rie histórica, a qual é contabilizada desde janeiro de 2010. Para o Brasil, nota-se também otimismo por parte dos empresários, mas em menor intensidade, dado o índice de 55,4 pontos.
– Compra de matérias-primas
Segundo os industriais do Ceará e do Brasil, as expectativas para a compra de matérias-primas para os próximos seis meses também são otimistas. Os indicadores assinalaram, respectivamente, 54,7 e 56,2 pontos – valores acima da linha divisória.
Confira AQUI o estudo completo.