Se adaptar à rotina dos clientes tem se mostrado uma necessidade cada vez maior dos supermercados. Estratégias logísticas e métodos tecnológicos podem ser adotados para garantir uma experiência ágil, prática e acolhedora aos consumidores.
De acordo com a pesquisa da Kantar, o terceiro trimestre de 2024 registrou um aumento no número de idas aos supermercados, enquanto o volume das compras tem diminuído. “Essa tendência aponta que o consumidor tem optado por compras mais objetivas, indo ao estabelecimento já sabendo exatamente o que deseja. Dessa forma, estratégias como a melhor distribuição dos produtos, um atendimento humanizado e a disponibilização de meios de autoatendimento podem ser essenciais para uma relação de fidelidade com o cliente, mesmo que essa compra ocorra de forma mais rápida”, opina Murilo Tavares, presidente da Rede Uniforça.
Além da praticidade na hora da compra, os supermercados também têm investido em serviços que transformam a ida ao estabelecimento em uma experiência mais completa. O crescimento das praças de alimentação, que oferecem café da manhã, almoço e jantar, reflete essa tendência. “O consumidor não precisa mais ir ao supermercado apenas para abastecer a despensa. Ele pode aproveitar o momento para fazer uma refeição, seja sozinho ou acompanhado, tornando o ambiente mais convidativo”, explica Murilo.
As lojas também têm disponibilizado opções mais práticas para facilitar o dia a dia do consumidor, como frutas já cortadas, alhos descascados prontos para o preparo de receitas e uma padaria com espaço para refeições, permitindo que o cliente sente e aproveite o momento. “São mudanças que agregam valor ao serviço e ajudam a fidelizar o público, pois transformam a ida ao supermercado em algo mais dinâmico e conveniente”, acrescenta.
Outro fator que contribui para essa experiência otimizada é o autoatendimento, que tem conquistado os brasileiros. Segundo a pesquisa Self-Checkout System Market Report, elaborada pela Global Market Insight, o segmento de “self-checkout” é escolhido por sete a cada 10 brasileiros como meio preferido de encerrar as compras. O instituto prevê que, até 2027, o modelo deve expandir em 11%.
Apesar disso, a opção por ferramentas tecnológicas devem trazer praticidade e não deve substituir o contato humanizado, comenta Murilo. “Trazer praticidade ao consumo no setor supermercadista também envolve ampliar o atendimento humanizado, mesmo que envolva a tecnologia. Afinal, caso o consumidor não saiba usar o meio de autoatendimento, essa ferramenta, que deveria agilizar a compra, pode vir a atrasar a conclusão do processo e prejudicar a relação do estabelecimento com o cliente”, conclui.