A Federação dos Transportes (Fetrans) realizou, no início deste mês de dezembro, a 3ª edição do Fórum Fetrans. O evento reuniu empresários, gestores e executivos do transporte para debater os impactos das novas tecnologias e das mudanças nas matrizes energéticas da nova economia de baixo carbono, e ainda os desafios econômicos e ambientais nos quais o setor está inserido, trazendo exemplos de resultados práticos e viáveis para o setor rodoviário, modal considerado estratégico na matriz de transporte brasileira.
Participaram do evento a gerente executiva ambiental da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Érica Marcos, o diretor Institucional da empresa Viação Piracicabana, de Brasília (DF), Albano Abreu, que apresentou o case da operação da frota de ônibus elétricos com a qual a empresa atua desde 2018 e da usina de energia com 480 placas fotovoltaicas que possui em sua garagem, utilizada para geração própria de energia e para a recarga dos veículos. O equipamento tem condições de carregar os seis ônibus em três horas.
Neste cenário, o diretor da Viação Piracicabana falou sobre as vantagens de fazer investimentos em tecnologias sustentáveis mesmo diante das dificuldades que o setor de transportes tem atravessado desde o início da pandemia. Ele ainda contextualizou o impacto para a economia da empresa e o tempo de retorno estimado para esse tipo de investimento. Segundo Albano, trata-se de um investimento caro e que precisa de apoio e incentivos fiscais para que o setor possa avançar.
Também estiveram presentes no evento Murilo Ferreira, CEO da Celo4 Tecnologia e Negócios, a superintendente da Fetrans, Amanda Machado, e o diretor do Núcleo Socioambiental da Fetrans, Mário Albuquerque.
Na ocasião, Murilo ministrou palestra com o tema “Como obter vantagem competitiva e econômica através da Compensação de Carbono”, e falou sobre a Verden ESG, a calculadora ambiental do transporte, uma plataforma inédita voltada exclusivamente para o setor de transporte rodoviário e que permite realizar os cálculos de emissão de carbono e de compensação de gases do efeito estufa. A iniciativa foi lançada no início do mês de outubro pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e está vinculada ao Despoluir, programa ambiental do transporte, desenvolvido e promovido pela CNT e pelo Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT) e executado regionalmente nos estados do Ceará, Piauí e Maranhão pela Fetrans.
Segundo Murilo, não há como as empresas falarem em neutralização de emissões de gases de efeito sem entender o tamanho do impacto que elas exercem no meio ambiente por meio de suas atividades diárias. Essa é a proposta da Verden EGS. “Quando falamos em neutralização de emissões por crédito de carbono, falamos, ao mesmo tempo, de certificações de emissões de carbono. Essas certificações, auditadas e conduzidas por consultorias, comprovam cientificamente que o crédito de carbono medido pela Verden ESG e entregue a essas empresas, certificam que, de fato, ali houve redução da emissão de gases do efeito estufa. Essa redução comprovada por ser utilizada para diversos fins”, explicou o palestrante.
“Pesquisas conduzidas por entidades brasileiras e internacionais comprovam a eficiência e o valor lucrativo superior das empresas que optam pela compensação de emissões e pela adoção de tecnologias que reduzem a emissão de gases do que o daquelas que não se comprometem com essa agenda”, afirmou Murilo.
A Verden ESG ajuda os transportadores a medir, sem custos, a emissão das frotas de cargas e de passageiros, indicando ainda a quantidade necessária de créditos de carbono a ser adquirida como forma de compensação e os benefícios econômicos que pode gerar.
Para os interessados no tema que não puderam comparecer ao evento, a Fetrans disponibilizou a transmissão do evento, por meio da Plataforma Rede Fetrans – www.fetrans.org.br .
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