Em tempos de isolamento social, pessoas de todas as idades precisam ser criativas, para manter a saúde física, mental e emocional. Na Universidade Sem Fronteiras, que tem em sua maioria alunos com mais de 60 anos, as aulas estão suspensas desde o início da semana, mas os professores têm mantido contato diariamente com os discentes, com dicas para que eles se exercitem e ocupem o tempo com qualidade.
A fundadora da Unisf, psicóloga Zilma Cavalcante, sugere que os idosos escolham um ou dois horários do dia para acompanhar o noticiário, de forma a não consumir por tanto tempo as notícias sobre a pandemia, que acabam gerando medo e angústia.
Nas horas livres, uma das atividades que os 60+ podem desempenhar é a estratégia de coping. “Escolham um romance apaixonante e se dediquem a ler e mergulhar no mundo da ficção. Enquanto vocês estiverem lendo e acompanhando a história dos personagens, vocês alimentam seu cérebro com ideias interessantes e fazem uma verdadeira higiene mental”, sugere.
Trabalhos criativos, como crochê, tricô e bordado, para presentar amigos e família após o isolamento, também são recomendações da especialista. Se gostar e tiver interesse, o idoso pode fazer um diário, registrando como o mundo, o Brasil e o Ceará têm se comportando diante do novo coronavírus. “Este diário poderá servir como testemunho de um momento histórico vivido no mundo. Será também um exemplo de como se comportar diante do sofrimento, para a posteridade”, diz.
Outra dica da psicóloga é usar o telefone, não para consumir notícias e receitas mágicas, mas para telefonar para a família e para os amigos idosos. “Como você, eles também estão em quarentena, sem sair de casa. Este gesto de solidariedade afetiva e social fará muito bem a cada um. Na ligação, poderão trocar ideias interessantes sobre como estão fazendo para povoar a solidão de maneira inteligente, feliz e lúdica”.
Entre uma atividade e outra, caminhadas dentro de casa são uma dica para exercitar o corpo. Por fim, Zilma recomenda que seja construído um apoio psicológico importante: criar momentos de espiritualidade, lendo a Bíblia ou outro livro inspirador. “Estou fazendo isto todos os dias, comecei pelo Gênesis e está sendo apaixonante a leitura. Estou descobrindo a evolução da história do povo escolhido por Deus”, conta.