Neuropsicóloga explica a importância de impor limites no uso diário
Os aparelhos eletrônicos como celulares, tablets e notebooks já fazem parte da rotina da maioria das famílias. Boa parte das crianças são adeptas muito cedo ao uso desses artigos como auxílio na rotina dos pais e responsáveis. Sabe-se, no entanto, que o uso excessivo pode causar alguns distúrbios na infância e entre eles, a ansiedade.
Segundo pesquisa publicada pelo Ministério da Saúde e pela recente divulgação do Manual da Sociedade Brasileira de Pediatria, crianças menores de um ano não devem utilizar aparelhos eletrônicos. Já crianças de 2 a 5 anos, podem utilizar por no máximo uma hora por dia. Essas recomendações são dadas mediante aos estudos que apontam os perigos que o uso em excesso pode trazer, que vão desde obesidade, depressão, ansiedade e atraso no desenvolvimento.
A neuropsicóloga Liane Bastos explica que a utilização excessiva dos aparelhos atrapalha no desenvolvimento cognitivo. “Na primeira fase da infância que vai até os seis anos de idade, a criança passa a interagir com o mundo através dos estímulos sensoriais. Se esse indivíduo é exposto muito cedo a uma tela de celular, sua capacidade de interação pode não se desenvolver inteiramente”, enfatiza.
A profissional também destaca que impor limites de horário para o uso, restringir os ambientes da casa em que podem ser utilizados, ocupar o tempo da criança com outras atividades e brincadeiras podem ser fundamentais para manter a saúde da criança. “Uma vez que são colocadas regras para a utilização desses aparelhos, os pais e responsáveis conseguem apresentar o “mundo real” para as crianças, ajudá-las no aprimoramento de seus estímulos e permitir uma vida mental e psicológica mais saudável através da verdadeira experiência, que é a interação da criança com o mundo. Tecnologia é apenas estímulo, e as crianças precisam destes estímulos em diversas situações, ou seja, experiências, que por sua vez, permitirão o desenvolvimento de habilidades”.