Especialista de vinhos do Extra derruba mitos sobre o consumo da bebida e dá três dicas para auxiliar na escolha do próximo rótulo
O vinho, considerado complexo, seja pela impressão de formalidade criada em torno da bebida ou pela associação ao luxo, ainda não se tornou massificada pelos consumidores brasileiros. Contudo, o vinho está presente nas mais antigas gerações e adotá-lo nas refeições e ocasiões do cotidiano é bem mais simples do que se aparenta.
“O primeiro mito que precisa ser derrubado é que vinho bom é sempre caro”, conta João Paulo Cruz de Sousa, especialista em vinhos do Extra. “O bom vinho é aquele que cai bem no paladar. Se agradou, é bom”, categoriza. Sousa explica, ainda, que à medida que o consumidor vai degustando diferentes rótulos, as impressões vão mudando e novos bons podem surgir – ou até mesmo ruins. “Para cada vez que um cliente se permite experimentar um novo rótulo, um novo leque de percepções gustativas se apresenta, possibilitando que ele crie sua adega de prediletos”, diz.
Para quem busca ingressar no vasto mundo dos vinhos, João Paulo dá três dicas de ouro sobre como escolher rótulos com praticidade e que poderão, ainda, harmonizar com alimentos de acordo com a ocasião. Confira abaixo:
- Preço: o quanto você está disposto a investir em um rótulo?
“Existem desde vinhos com melhor custo benefício, de R$ 24,99, que são muito agradáveis, até R$ 49,99 que também atendem a esse parâmetro. O preço está muito ligado à sua maturação, tipo etc, que incrementam o valor, mas não necessariamente são aqueles que você gosta.”
Dicas de rótulos
Tres Medallas Cabernet Sauvignon – Produzido pela Vinícola Santa Rita (Chile), trata-se de um varietal feito 100% de Cabernet Sauvigon. É considerado um vinho jovem que teve sua fermentação realizada em tanques de inox. O resultado é um vinho macio e que expressa os aromas da variedade. Preço sugerido: R$ 26,90
Santa Rita 120 Carmenere – Produzido pela Santa Rita, seu nome 120 se dá por uma homenagem a 120 soldados que se refugiaram na vinícola no período da Guerra da revolução Chilena. Vinho fermentado em tanques de inox, com uma curta passagem por barris de carvalho, o que confere aromas mais refinados sem perder a essência da uva que origina este rótulo. Preço sugerido: R$ 39,90.
Vinho Santa Julia Malbec – Produzido pela vinícola Santa Julia, este Malbec é uma homenagem à única filha de José Alberto Zuccardi, fundador da vinícola. Um vinho macio com aromas de frutas vermelhas que tem como objetivo mostrar a personalidade da uva francesa Malbec, considerada a fruta símbolo da Argentina. Preço sugerido: R$36,90
- Com o que você quer harmonizar?
“Para quem já sabe o tipo de uva que mais gosta, a seleção já fica concentrada em rótulos provenientes da fruta predileta. Já para quem está iniciando nesse universo, existem algumas harmonizações básicas para não ter erro: vinhos tintos para carnes vermelhas, grelhadas ou assadas; vinhos branco e rosé para carnes brancas, saladas e entradas no geral e vinho branco para peixes, frutos do mar e queijos como o brie e o camembert. Já para quem está procurando por um espumante, uma boa dica é adquirir o do tipo Brut, que vai bem com a maioria dos alimentos”
- Em que temperatura consumir as bebidas?
Para vinhos tintos, o ideal é servir a bebida entre 16ºC e 18ºC. Para atingir essa temperatura, é necessário colocar a garrafa na porta da geladeira de 30 a 40 minutos antes de servir. Já para os brancos e espumantes, uma boa temperatura é de 6ºC a 9ºC, que necessita ficar também no refrigerador de um dia para o outro.
- Como armazenar um vinho que já foi aberto?
A melhor forma de armazenar um vinho que já foi consumido é retirar todo o oxigênio com uma bomba á vácuo com rolhas seladoras. Para quem não tem, uma alternativa é guardar na geladeira com a rolha por no máximo um dia, uma vez que a baixa temperatura retarda o processo de oxidação.